A atual pandemia escancarou duas tristes realidades brasileiras:
“Estratégias sociais da época colonial” que sempre provocaram insanas desigualdades;
“Falta de estratégias nas importações” que arrasaram nosso parque industrial.
Salta aos olhos a indiferença de nossa “sociedade pensante” a estas realidades.
Como decorrência o país amarga uma inércia que se traduz na falta de competitividade reinante em quase todas as áreas, principalmente nas indústrias, reflexo da baixa produtividade técnica-administrativa que se acentua ano após ano.
Lembro que ao final dos anos 70 o mundo reconhecia o operário brasileiro como muito criativo e produtivo, e que as nossas indústrias eram as “mais cotadas” para ser um dos pilares da produção industrial mundial.
Tínhamos na época o 10º PIB do mundo e estávamos muito a frente de China, Coréia, etc., porem nossas péssimas lideranças não tiveram a sabedoria de conduzir o país e a China inteligentemente assumiu o posto que nos era reservado.
Optou-se e ainda opta-se por outros caminhos em detrimento aos necessários e mais coerentes investimentos nos ativos (material e humano), importar para apenas revender se mostrava uma decisão fácil e lucrativa.
Nos anos 90 ainda tínhamos o 10º PIB do mundo e a China o 11º, em 1.995 saltamos para o 7º lugar seguido pela China, a partir daí estagnamos e fomos atropelados pelos chineses.
Incrível a incompetência das nossas lideranças dos últimos 30 anos (todas):
PIB Brasil em 1.990 – U$$ 0,45 trilhões - PIB China em 1.990 – U$$ 0,4 trilhões;
PIB Brasil em 2.019 = U$$ 1,84 trilhões - PIB China em 2.019 = U$$ 14,34 trilhões.
São legítimas e indiscutíveis as alegações dos empresários que tentam justificar esta estagnação: custo Brasil, paridade do dólar, falta de apoio, etc, como também é inquestionável que as péssimas “estratégias” adotadas provocaram esta estagnação.
“Fico perplexo com a passividade das instituições e dos empresários brasileiros em relação a este fato”.
Em 1.987, o professor “João Carlos Hopp” da Fundação Getúlio Vargas (FGV) já alertava: ”O administrador financeiro da década de 80 está inteiramente absorvido na tarefa de fazer dinheiro pela administração do próprio dinheiro e está cada vez mais divorciado do processo de geração dos lucros operacionais”.
Infelizmente isto ainda hoje é uma realidade, só que a pandemia está mostrando o quão enganoso foi e é este caminho.
Em 2.012, o jornalista Celso Ming escreveu: “Alguns representantes da indústria, como os da Confederação Nacional da Indústria, já parecem ter percebido que o problema não está no câmbio fora do lugar nem nos juros insuportáveis nem na especulação com juros (arbitragem)”.
“O único problema realmente decisivo da indústria é sua falta de competitividade, apenas cosmeticamente tratadas por esses expedientes de que lança mão o governo: redução temporária de impostos, alguma desoneração das folhas de pagamento, subsídios creditícios aos “mais amigos” e, é claro, um dólar um pouco mais caro e os juros alguma coisa reduzidos. Nas atuais condições, a indústria brasileira não tem como enfrentar nem a competição no mercado interno nem no externo”.
Portanto importar para revender e ficar “como sempre” apenas aguardando soluções vindas dos péssimos governantes que sempre tivemos nunca foram boas opções.
É preciso incutir novamente o conceito de produtividade na nossa sociedade e partir definitivamente para novas e melhores alternativas que eliminem ou ao menos minimizem as enormes diferenças provocadas pelas tais “estratégias”.
As empresas devem objetivar a “Excelência em Produtividade”, mas ampliando o conceito conhecido de produtividade para o que desenvolvi e que venho a anos aplicando onde as ações nos processos são medidas pelo lucro e pelas variações nas demandas, e atendem coletivamente as 4 ciências: administração, economia, engenharia e marketing e não isoladamente como normalmente se faz.
Este novo conceito estabelece a amplitude que o ganho pode ter para maximizar a competitividade de uma empresa ou de um país, e só acontece utilizando a “LC Precificação Estratégica Pró-Ativa” que é a única ferramenta gerencial que retrata todas as ações de marketing nos lucros líquidos/preços de vendas.
Somente algo novo e ousado irá reverter a tendência geral de baixa produtividade, afinal utilizar as mesmas ferramentas que foram desenvolvidas por quem lidera os mercados e que as utiliza há mais tempo pouco vai adiantar.
Definitivamente livres destas nocivas “estratégias” e objetivando a “Excelência em Produtividade”, no curto/médio prazo as empresas estarão mais competitivas e irão alavancar uma sociedade mais equilibrada para finalmente o país ser o que todos esperamos e merecemos.